quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A festa da nossa turma

Por sugestão da mãe da Eduarda, resolvemos mostrar aos pais o que de mais vistoso fizemos.
Marcámos o encontro para o dia 12 de dezembro, às dezanove horas.
Pedimos a colaboração da professora Denise de música e lá fomos nós tocar flauta.




 Com o professor João, de Inglês, cantámos duas cantigas.
E digam lá que o José não entrou a tempo com a percussão? E a Beatriz, já viram como ela dança bem dentro do ritmo?




Tínhamos a nossa representação de cenas da Nazaré.
As vendedeiras de rua que convencem os turistas a comprar tremoços.



As preocupações das peixeiras que são motivo de conversa.
A briga entre peixeiras.
Os pescadores que, na praia, preparam as redes para a faina.





















E, como não podia deixar de ser nesta época, una textos de Natal, quase todos poemas, pois o Natal é POESIA.



 

O presépio

O presépio é a casa,

o abrigo e a fonte,

é o destino da estrela

esperando que o Sol desponte.


O presépio é o lugar

que o menino quis escolher

para anunciar ao mundo

que acabara de nascer.


Os animais que se juntam

para lhe darem calor

são o teto e são a casa,

são uma prova de amor


Faz-se um presépio de barro,

lembrando o original,

por que ser quente e humano

nunca há de ter igual.


Até o cão e o gato

que parecem lá não estar

ficaram ao fundo à espreita

para poderem festejar.

 

Os primos vão buscar musgo

e dão um toque mais quente

ao presépio deste Natal

que vai juntar toda a gente.

 

O presépio é o abrigo

onde dorme a Lua Cheia,

que guarda uma surpresa

para um menino sem ceia.

José Jorge Letria

 
 
 
 
 


A fala do Menino Jesus
 

Ainda agora aqui cheguei

e já tenho companhia:

são os bichos do presépio

que me enchem de alegria.

 

Minha mãe já me embala

no casulo de ternura

e refresca os meus lábios

com um fio de água pura.



Quando crescer terei tempo

de lhes dizer ao que vim

e quem me quiser seguir

que venha juntar-se a mim.



Eis que chegaram os Reis Magos

vindos lá do Oriente

com segredos bem guardados

dentro de cada presente,



A vaca, o burro, a ovelha

são a minha doce guarda,

bem diferentes dos romanos,

altivos na sua farda.
 

Ainda agora aqui cheguei

e estou no centro da luz;

os meus pais chamam-me filho

os outros chamam-me Jesus.



Por este nome, estou certo,

serei sempre conhecido;

e hão de chamar-me menino

já depois de crescido.
José Jorge Letria
 

 

 

Maria e José
 
Debruçados sobre o berço
vão velando noite fora
pelo sono do menino
até ao  nascer da aurora

 
Se dormir sem sobressalto
terão noites sossegadas
e quando os dentes romperem
já não serão descansadas.


Já chegaram os amigos,
que o tempo é de festejo,
 Maria embala o menino
e, ao deitá-lo, dá-lhe um beijo.


José, que é carpinteiro,
deixou trabalho adiado;
tem o presépio a cargo
e não dorme descansado.


Com a madeira que talha
fez um berço tão bem feito
que o menino quando dorme
tem um soninho perfeito.

Da fonte vem água fresquinha,
de longe alguém traz o mel
que adoça a boca da noite
fechada ao amargo fel.

Quem se junta à família

que muitos dizem sagrada

acende uma vela branca

no centro da madrugada.

 

                                                                             
José Jorge Letria

 
 
 

Auto de Adoração dos pastores

No nosso país, ainda há aldeias onde se não perdeu o costume de representar o Auto de Natal. Como em Oleiros , na Beira Baixa, por exemplo.
Depois da Missa do Galo,  é a vez dos pastores recitarem as quadrinhas que decoraram, e oferecerem presentes verdadeiros ao Menino Jesus que, nas mãos do pároco, espera que lhe beijem o pezinho!
Entra na igreja um dos pastores, com um borrego às costas, e diz:

 
Ó meu Menino Jesus,
ó meu Menino adorado,
aqui tendes a visita
dos pobres pastores do gado.


E espreitando o presépio, continua:


Ó meu Menino Jesus,
estou muito admirado
de vos ver, com tanto frio,
nessas palhinhas deitado.
 
A oferta que vos trago
é simples, não tem valor,
é apenas um borrego

dos que guarda o pastor.
 
Adeus, Menino Jesus,
as costas vos vou virar.
Adeus, até para o ano
se eu cá puder voltar!


Entra outro pastor, com um saco cheio de castanhas e uma chouriça e diz:

 
Adeus, Menino Jesus,
há um ano vos não vi,
tenho andado pelos montes,
hoje me tendes aqui.
 
Ai, não há vida mais triste
de que a vida de pastor:
no Inverno apanha frio
e no Verão muito calor.
 
Trago-vos umas castanhas

que eu enterrei no chão,
não as roubei a ninguém,
quem mas deu foi o patrão.
 
Ó meu Menino Jesus,
 mais tenho para vos dar
esta pequena lembrança…
uma chouriça para assar.



E chega outro pastor, com outra cantilena:

 
Vem aqui comigo
um cabrito a saltar.
 Cá o deixo, meu Menino,
aos pés do vosso altar.
 
Também gastei dez tostões
que tinha aqui na carteira
para trazer um pão de trigo
que fui comprar na padeira.

 

Ó meu Menino Jesus,
não me posso demorar.
Se eu tiver mais saúde,
para o ano torno a voltar!
 
Adeus, Menino Jesus,
já vos dou a despedida.
Este ano vou-me casar

se arranjar rapariga!



E o outro pastor aproxima-se e recita:

 
Se nalgum ponto eu errar,
ninguém de mim deve rir.
A fonte de errar é larga,
todos podem lá cair.
 
Ó meu Menino Jesus,
trago-vos vinho moscatel.
Bem sei que não é para vós,

 
 mas para o Padre Manuel…
 
E trago aqui um coelho
por dentro do meu sarrão:
ou é para o Padre Manuel
ou é para o sacristão…

 

O povo todo que ouviu estes pastores canta em coro:

 

Bendito e louvado seja
 o Deus Menino, nascido.
No ventre da Virgem Maria
nove meses andou escondido.


Então o pároco dá o Menino a beijar, começando, logo a seguir, a debandada geral!

 
 
 

O peru da consoada.


Eu sou o peru do Natal
que anima a consoada
fiquei fora do presépio
nessa noite festejada.
 
Bem podia lá ter estado
 mesmo junto das palhinhas
em vez de ser cozinhado
entre tenras batatinhas.
 
Para mim é triste o Natal
por ter os dias contados;
não há nada que me salve,
nem domingos nem feriados.
 
A Jesus, que é bom menino
quero fazer um pedido:
 se o pobre peru for salvo,
o Natal tem mais sentido.
 
Quando Dezembro começa,
 logo começo a sofrer,
pois falta menos que um mês
para o pior acontecer.
 
Se cheguei tarde ao presépio,
 juro que culpa não tive,
que o peru é cumpridor
durante o tempo que vive.
 
Se desta sina me queixo,
não sendo desmancha-prazeres,
 é por achar que a festa
se faz com outros comeres.
 
José Jorge Letria

 

 Uma entrevista ao Pai Natal
O Zé resolveu fazer uma entrevista ao Pai Natal e o resultado está à vista!
Zé – Boa noite, Pai Natal. Quantos anos é que tem?
Pai Natal – Não tenho muitos… Assim com este meu aspeto, de barbas brancas e fato vermelho, aí uns 150 anos!
Zé – O seu nome é mesmo Pai Natal?
Pai Natal – Sabes? Existe uma lenda sobre a minha pessoa, ou seja, sobre o Pai Natal! Esta lenda teve origem na figura de São Nicolau, que era um bispo turco muito estimado por todos. Ele era muito generoso e dizem que costumava levar uma bolsa de ouro de casa em casa, sem ser visto… um dia, 3 lindas raparigas lavaram as suas meias e puseram-nas a secar na chaminé. Nessa noite, São Nicolau deixou cair o ouro sobre a casa delas, e o ouro foi aparecer, no dia seguinte, dentro das meias molhadas!
Depois de me chamarem São Nicolau, chamaram-me Santa Claus e desenharam-me muito bem sentado num trenó que atravessa os céus, puxado por renas!
Zé – Gostava tanto de ir um dia no trenó consigo, pelos céus fora…
Pai Natal – Havemos de ir, um dia. Mas agora tenho o meu trabalho a cumprir: andar de chaminé em chaminé, a deixar os presentes que me pediram, nos sapatinhos certos!
Zé – Adeus, Pai Natal, e obrigado pela entrevista!
Pai Natal Adeus, Zé. Até à vista! E Bom Natal!


 
Onde guardaste?

 Minha mãe, onde guardaste

o retrato de um bebé

que tu dizes que era o meu

e agora já não é?


Minha mãe, onde guardaste

as botas de cabedal

Que tu dizes que eram minhas

e onde não cabe o meu pé?



Minha mãe, onde guardaste

o raminho de alecrim

que tu dizes que eu te dei

para o receberes de mim?

 
Minha mãe, onde guardaste

a caixinha das tolices

que tu dizes que eu troquei

por um saco de meiguices?

 

Minha mãe, onde guardaste

os sonhos que eu não sonhei,

que tu dizes que eram meus

e agora já não são?

Maria Alberta Menéres

 No final, a Beatriz Costa e o Rodrigo Alves fizeram a apresentação de parte do PowerPoint que cada um deles já elaborou.
 
Foi um bocado bem passado!... Talvez valha a pena repetir.


Feliz Natal
 

 

 




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