Marcámos o encontro para o dia 12 de dezembro, às dezanove horas.
Pedimos a colaboração da professora Denise de música e lá fomos nós tocar flauta.
Com o professor João, de Inglês, cantámos duas cantigas.
E digam lá que o José não entrou a tempo com a percussão? E a Beatriz, já viram como ela dança bem dentro do ritmo?
Tínhamos a nossa representação de cenas da Nazaré.
As vendedeiras de rua que convencem os turistas a comprar tremoços.
As preocupações das peixeiras que são motivo de conversa.
A briga entre peixeiras.
Os pescadores que, na praia, preparam as redes para a faina.
E, como não podia deixar de ser nesta época, una textos de Natal, quase todos poemas, pois o Natal é POESIA.
O presépio
O presépio é a casa,
o abrigo e a fonte,
é o destino da
estrela
esperando que o Sol
desponte.
O presépio é o lugar
que o menino quis
escolher
para anunciar ao
mundo
que acabara de
nascer.
Os animais que se
juntam
para lhe darem calor
são o teto e são a
casa,
são uma prova de amor
Faz-se um presépio de
barro,
lembrando o original,
por que ser quente e
humano
nunca há de ter
igual.
Até o cão e o gato
que parecem lá não
estar
ficaram ao fundo à
espreita
para poderem
festejar.
Os primos vão buscar
musgo
e dão um toque mais
quente
ao presépio deste
Natal
que vai juntar toda a
gente.
O presépio é o abrigo
onde dorme a Lua
Cheia,
que guarda uma
surpresa
para um menino sem
ceia.
José Jorge Letria
A fala do Menino Jesus
Ainda agora aqui cheguei
e já tenho companhia:
são os bichos do presépio
que me enchem de alegria.
Minha mãe já me embala
no casulo de ternura
e refresca os meus lábios
com um fio de água pura.
Quando crescer terei tempo
de lhes dizer ao que vim
e quem me quiser seguir
que venha juntar-se a mim.
Eis que chegaram os Reis Magos
vindos lá do Oriente
com segredos bem guardados
dentro de cada presente,
A vaca, o burro, a ovelha
são a minha doce guarda,
bem diferentes dos romanos,
altivos na sua farda.
Ainda agora aqui cheguei
e estou no centro da luz;
os meus pais chamam-me filho
os outros chamam-me Jesus.
Por este nome, estou certo,
serei sempre conhecido;
e hão de chamar-me menino
já depois de crescido.
José Jorge Letria
Maria e José
Debruçados sobre o berço
vão velando noite fora
pelo sono do menino
até ao
nascer da aurora
Se dormir sem sobressalto
terão noites sossegadas
e quando os dentes romperem
já não serão descansadas.
Já chegaram os amigos,
que o tempo é de festejo,
Maria embala o menino
e, ao deitá-lo, dá-lhe um beijo.
José, que é carpinteiro,
deixou trabalho adiado;
tem o presépio a cargo
e não dorme descansado.
Com a madeira que talha
fez um berço tão bem feito
que o menino quando dorme
tem um soninho perfeito.
Da fonte vem água fresquinha,
de longe alguém traz o mel
que adoça a boca da noite
fechada ao amargo fel.
Quem se junta à família
que muitos dizem sagrada
acende uma vela branca
no centro da madrugada.
Auto de Adoração dos pastores
No
nosso país, ainda há aldeias onde se não perdeu o costume de representar o Auto
de Natal. Como em Oleiros , na Beira Baixa, por exemplo.
Depois
da Missa do Galo, é a vez dos pastores
recitarem as quadrinhas que decoraram, e oferecerem presentes verdadeiros ao
Menino Jesus que, nas mãos do pároco, espera que lhe beijem o pezinho!
Entra
na igreja um dos pastores, com um borrego às costas, e diz:
Ó
meu Menino Jesus,
ó
meu Menino adorado,
aqui
tendes a visita
dos
pobres pastores do gado.
E
espreitando o presépio, continua:
Ó
meu Menino Jesus,
estou
muito admirado
de
vos ver, com tanto frio,
nessas
palhinhas deitado.
A
oferta que vos trago
é
simples, não tem valor,
é
apenas um borrego
dos
que guarda o pastor.
Adeus,
Menino Jesus,
as
costas vos vou virar.
Adeus,
até para o ano
se
eu cá puder voltar!
Entra
outro pastor, com um saco cheio de castanhas e uma chouriça e diz:
há
um ano vos não vi,
tenho
andado pelos montes,
hoje
me tendes aqui.
Ai,
não há vida mais triste
de
que a vida de pastor:
no
Inverno apanha frio
e
no Verão muito calor.
Trago-vos
umas castanhas
que
eu enterrei no chão,
não
as roubei a ninguém,
quem
mas deu foi o patrão.
Ó
meu Menino Jesus,
mais tenho para vos dar
esta
pequena lembrança…
uma
chouriça para assar.
E
chega outro pastor, com outra cantilena:
Vem
aqui comigo
um
cabrito a saltar.
Cá o deixo, meu Menino,
aos
pés do vosso altar.
Também
gastei dez tostões
que
tinha aqui na carteira
para
trazer um pão de trigo
que
fui comprar na padeira.
Ó
meu Menino Jesus,
não
me posso demorar.
Se
eu tiver mais saúde,
para
o ano torno a voltar!
Adeus,
Menino Jesus,
já
vos dou a despedida.
Este
ano vou-me casar
se
arranjar rapariga!
E o
outro pastor aproxima-se e recita:
Se
nalgum ponto eu errar,
ninguém
de mim deve rir.
A
fonte de errar é larga,
todos
podem lá cair.
Ó
meu Menino Jesus,
trago-vos
vinho moscatel.
Bem
sei que não é para vós,
mas para o Padre Manuel…
E
trago aqui um coelho
por
dentro do meu sarrão:
ou
é para o Padre Manuel
ou
é para o sacristão…
O povo
todo que ouviu estes pastores canta em coro:
Bendito
e louvado seja
o Deus Menino, nascido.
No
ventre da Virgem Maria
nove
meses andou escondido.
Então
o pároco dá o Menino a beijar, começando, logo a seguir, a debandada geral!
O peru da consoada.
Eu sou o
peru do Natal
que
anima a consoada
fiquei
fora do presépio
nessa
noite festejada.
Bem
podia lá ter estado
mesmo junto das palhinhas
em vez
de ser cozinhado
entre
tenras batatinhas.
Para mim
é triste o Natal
por ter
os dias contados;
não há
nada que me salve,
nem
domingos nem feriados.
A Jesus,
que é bom menino
quero
fazer um pedido:
se o pobre peru for salvo,
o Natal
tem mais sentido.
Quando
Dezembro começa,
logo começo a sofrer,
pois
falta menos que um mês
para o
pior acontecer.
Se
cheguei tarde ao presépio,
juro que culpa não tive,
que o
peru é cumpridor
durante
o tempo que vive.
Se desta
sina me queixo,
não
sendo desmancha-prazeres,
é por achar que a festa
se faz
com outros comeres.
José Jorge Letria
Uma
entrevista ao Pai Natal
O Zé resolveu fazer uma entrevista ao Pai Natal e o resultado
está à vista!
Zé – Boa noite, Pai Natal. Quantos anos é que
tem?
Pai Natal – Não tenho muitos… Assim com este meu aspeto,
de barbas brancas e fato vermelho, aí uns 150 anos!
Zé – O seu nome é mesmo Pai Natal?
Pai Natal – Sabes? Existe uma lenda sobre a minha
pessoa, ou seja, sobre o Pai Natal! Esta lenda teve origem na figura de São
Nicolau, que era um bispo turco muito estimado por todos. Ele era muito
generoso e dizem que costumava levar uma bolsa de ouro de casa em casa, sem ser
visto… um dia, 3 lindas raparigas lavaram as suas meias e puseram-nas a secar
na chaminé. Nessa noite, São Nicolau deixou cair o ouro sobre a casa delas, e o
ouro foi aparecer, no dia seguinte, dentro das meias molhadas!
Depois de me chamarem São Nicolau, chamaram-me Santa Claus e
desenharam-me muito bem sentado num trenó que atravessa os céus, puxado por
renas!
Zé – Gostava tanto de ir um dia no trenó consigo,
pelos céus fora…
Pai Natal – Havemos de ir, um dia. Mas agora tenho o meu
trabalho a cumprir: andar de chaminé em chaminé, a deixar os presentes que me
pediram, nos sapatinhos certos!
Zé – Adeus, Pai Natal, e obrigado pela
entrevista!
Pai Natal – Adeus, Zé. Até à vista! E Bom Natal!
Onde
guardaste?
o
retrato de um bebé
que
tu dizes que era o meu
e
agora já não é?
Minha
mãe, onde guardaste
as
botas de cabedal
Que
tu dizes que eram minhas
e
onde não cabe o meu pé?
Minha
mãe, onde guardaste
o
raminho de alecrim
que
tu dizes que eu te dei
para
o receberes de mim?
Minha
mãe, onde guardaste
a
caixinha das tolices
que
tu dizes que eu troquei
por
um saco de meiguices?
Minha
mãe, onde guardaste
os
sonhos que eu não sonhei,
que
tu dizes que eram meus
e
agora já não são?
Maria Alberta Menéres
No final, a Beatriz Costa e o Rodrigo Alves fizeram a apresentação de parte do PowerPoint que cada um deles já elaborou.
Foi um bocado bem passado!... Talvez valha a pena repetir.
Feliz Natal |
Eu gostei muito da nossa festa!
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