Era uma vez uma rapariga que
vivia sozinha em Lisboa. Comia tudo o que encontrava. Ela não era feliz assim.
Um dia, resolveu correr o mundo
inteiro à procura de alguma família que a quisesse adotar. Mas não foi o que
aconteceu, ela apenas encontrou um menino a chorar e perguntou:
- Porque estás a chorar?
- A minha mãe abandonou-me, para
sair à noite com os meus amigos.
- Tenho muita pena! Eu nunca
conheci a minha mãe. Fui criado por um mendigo que, ao fim de uns anos, me deixou
em Lisboa. Depois vim para o Porto, pensei que talvez aqui alguém me quisesse
adoptar.
- Podes ir para outro sitio que
aqui ninguém te vai adotar - respondeu-lhe a menina.
- Não faz mal, ao menos já tenho
companhia.
- Quem é que é essa companhia?
- És tu, tu é que és a minha
companhia.
- Ah, sou? Eu é que sou a tua
companhia?
- Queres ir dar uma volta pelo
Porto? - Perguntou o menino.
- Afinal como é que te chamas? - perguntou
a rapariga.
- Eu chamo-me Martim. E tu como é que te
chamas!
- Eu chamo-me Helena.
Duas horas mais tarde
- Que viagem tão cansativa.
- Lá isso é, tens razão?
- Vamos descansar ali ao pé do
rio Douro?
- Está bem.
E descansaram toda a tarde,
deitados na areia na margem do Douro. Estava uma bela tarde de sol!
De noite
- Amanhã é um novo dia. – Observou
a Helena.
- Boa noite! - desejou o rapaz.
- Até amanhã. Dorme bem.
De manhã
- Bom dia Martim.
- Bom dia Helena. Dormiste bem!
- Sim, dormi bem. Esta cama feita
com jornais e dormir ao pé do rio, isto é o paraíso.
- Estou com fome! - Exclama o
Martim com uma fome devoradora. Vamos à mercearia roubar alguma fruta.
- Mas isso não se faz! E se eles
nos virem?
- Não te preocupes, eu já fiz
isso muitas vezes e ninguém me viu.
- Não sei, acho que não vou.
- Mas é fácil: é só roubar e vir
embora.
- Mesmo assim não me convences a
ir roubar. Não quero ir, já disse!
- Está bem, podes ficar, mas não
saias daqui.
- Prometo que daqui não saio.
Meia hora depois
- Demoras-te tanto tempo! Disse a
Helena que já estava a ficar preocupada.
- Fui apanhado pela polícia, mas
escapei.
- Temos de sair desta cidade,
antes que a polícia nos apanhe. – Sugeriu a Helena cheia de medo.
- Mas não temos nenhum meio de
transporte!
- Eu tenho um amigo adulto que
conheci quando cheguei ao Porto. Ele tem um grande camião e, se calhar, não se
importada de nos dar boleia.
- Mas ele não sabe onde estamos…
- Não te preocupes, eu tenho o
número de telefone dele. Posso mandar-lhe uma mensagem.
Olá amigo, podes vir buscar-me ao Porto?
Tenho comigo um amigo que também quer abalar. Será que nos podes levar aos dois?
Estamos logo no início da Rua Nossa Senhora de Guadalupe, em frente da sapataria “A chinela ideal”.
Esperamos por ti. Não te demores!
Até já, amigo João Pedro
Uma hora depois
Os dois meninos viram,
finalmente, chegar a carrinha do amigo da Helena, que saiu e dirigiu-se à Helena:
- Olá amiga Helena, estás bem?
- Sim estou bem. Conheci um novo
amigo, e foi muito bom para não me sentir sozinha.
- Como te chamas menino? - Perguntou
motorista.
- Eu…, chamo-me Martim. - Disse o
rapaz, a gaguejar.
- Entrem no camião.
E lá foram, todos contentes,
porque iam viver novas aventuras, para novas cidades.
Passaram 2 horas sempre a viajar.
A certa altura, apareceu mesmo em frente do camião um rebanho de cabras. Tiveram
que esperar, por isso o motorista reclamou com o pastor:
- Então o senhor deixa as cabras no
meio da estrada?
- Eu não as deixei sozinhas,
apenas fui apanhar alguns bagos de uva para comer, e elas fugiram.
- Não quero saber, guardasse-as bem!
- Desculpe mudar de conversa, mas
está aí alguém. Esses miúdos são meus sobrinhos. Venham almoçar comigo. -
convidou o pastor.
- Está bem, nos almoçamos consigo,
mas o nosso amigo também tem que ir.
Uma
hora depois
No fim do almoço, o pastor
despediu-se dos sobrinhos e do novo amigo que ganhou.
- Boa viagem! - disse o pastor.
A Helena acabou por adormecer.
O Martim gostava da Helena, então
aproveitou e beijou-lhe as mãos.
O que o Martim não sabia é que Helena estava a
fingir que dormia, ela também gostava dele e, por isso, tinha planeado aquilo tudo.
E foram felizes para sempre!
Mais tarde, casaram e tiveram um
filho chamado Pedro.
Fim
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Trabalho realizado por:
Nuno Alves
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