quarta-feira, 19 de junho de 2013

Menina de Lisboa



Era uma vez uma rapariga que vivia sozinha em Lisboa. Comia tudo o que encontrava. Ela não era feliz assim.

Um dia, resolveu correr o mundo inteiro à procura de alguma família que a quisesse adotar. Mas não foi o que aconteceu, ela apenas encontrou um menino a chorar e perguntou:

- Porque estás a chorar?

- A minha mãe abandonou-me, para sair à noite com os meus amigos.

- Tenho muita pena! Eu nunca conheci a minha mãe. Fui criado por um mendigo que, ao fim de uns anos, me deixou em Lisboa. Depois vim para o Porto, pensei que talvez aqui alguém me quisesse adoptar.

- Podes ir para outro sitio que aqui ninguém te vai adotar - respondeu-lhe a menina.

- Não faz mal, ao menos já tenho companhia.

- Quem é que é essa companhia?

- És tu, tu é que és a minha companhia.

- Ah, sou? Eu é que sou a tua companhia?

- Queres ir dar uma volta pelo Porto? - Perguntou o menino.

- Afinal como é que te chamas? - perguntou a rapariga.

 - Eu chamo-me Martim. E tu como é que te chamas!

- Eu chamo-me Helena.

 

Duas horas mais tarde

- Que viagem tão cansativa.

- Lá isso é, tens razão?

- Vamos descansar ali ao pé do rio Douro?

- Está bem.

E descansaram toda a tarde, deitados na areia na margem do Douro. Estava uma bela tarde de sol!

 

De noite

- Amanhã é um novo dia. – Observou a Helena.

 - Boa noite! - desejou o rapaz.

- Até amanhã. Dorme bem.

De manhã

- Bom dia Martim.

- Bom dia Helena. Dormiste bem!

- Sim, dormi bem. Esta cama feita com jornais e dormir ao pé do rio, isto é o paraíso.

- Estou com fome! - Exclama o Martim com uma fome devoradora. Vamos à mercearia roubar alguma fruta.

- Mas isso não se faz! E se eles nos virem?

- Não te preocupes, eu já fiz isso muitas vezes e ninguém me viu.

- Não sei, acho que não vou.

- Mas é fácil: é só roubar e vir embora.

- Mesmo assim não me convences a ir roubar. Não quero ir, já disse!

- Está bem, podes ficar, mas não saias daqui.

- Prometo que daqui não saio.

Meia hora depois

- Demoras-te tanto tempo! Disse a Helena que já estava a ficar preocupada.

- Fui apanhado pela polícia, mas escapei.

 

- Temos de sair desta cidade, antes que a polícia nos apanhe. – Sugeriu a Helena cheia de medo.

- Mas não temos nenhum meio de transporte!

- Eu tenho um amigo adulto que conheci quando cheguei ao Porto. Ele tem um grande camião e, se calhar, não se importada de nos dar boleia.

- Mas ele não sabe onde estamos…

- Não te preocupes, eu tenho o número de telefone dele. Posso mandar-lhe uma mensagem.
Olá amigo, podes vir buscar-me ao Porto?
Tenho comigo um amigo que também quer abalar. Será que nos podes levar aos dois?
Estamos logo no início da Rua Nossa Senhora de Guadalupe, em frente da sapataria “A chinela ideal”.
Esperamos por ti. Não te demores!
 
Até já, amigo João Pedro

 



 

 
 

Uma hora depois

Os dois meninos viram, finalmente, chegar a carrinha do amigo da Helena, que saiu e dirigiu-se à Helena:

- Olá amiga Helena, estás bem?

- Sim estou bem. Conheci um novo amigo, e foi muito bom para não me sentir sozinha.

- Como te chamas menino? - Perguntou motorista.

- Eu…, chamo-me Martim. - Disse o rapaz, a gaguejar.

- Entrem no camião.

E lá foram, todos contentes, porque iam viver novas aventuras, para novas cidades.

Passaram 2 horas sempre a viajar. A certa altura, apareceu mesmo em frente do camião um rebanho de cabras. Tiveram que esperar, por isso o motorista reclamou com o pastor:

- Então o senhor deixa as cabras no meio da estrada?

- Eu não as deixei sozinhas, apenas fui apanhar alguns bagos de uva para comer, e elas fugiram.

- Não quero saber, guardasse-as bem!

- Desculpe mudar de conversa, mas está aí alguém. Esses miúdos são meus sobrinhos. Venham almoçar comigo. - convidou o pastor.

- Está bem, nos almoçamos consigo, mas o nosso amigo também tem que ir.

Uma hora depois

No fim do almoço, o pastor despediu-se dos sobrinhos e do novo amigo que ganhou.

- Boa viagem! - disse o pastor.

A Helena acabou por adormecer.

O Martim gostava da Helena, então aproveitou e beijou-lhe as mãos.

 O que o Martim não sabia é que Helena estava a fingir que dormia, ela também gostava dele e, por isso, tinha planeado aquilo tudo.

E foram felizes para sempre!

Mais tarde, casaram e tiveram um filho chamado Pedro.



Fim







Trabalho realizado por: Nuno Alves

  

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